ChaPagu: Carta Aberta
Para informarmos aos estudantes de Letras da UNIFAP alguns dos nossos ideais quanto a atual gestão, recentemente empossada, disponibilizamos, logo abaixo, a Carta Aberta redigida pelos integrantes da chapa, apresentada no dia da posse da nova gestão em Assembléia Geral.
“É preciso arrancar alegria ao futuro”
Saudações a todas e a todos os estudantes de Letras do campus Marco-zero, saudações às mulheres pretas, a todos os viados, sapatões, bissexuais e demais LGBT que fazem ciência no curso de Letras Libras, Inglês e Francês na Universidade Federal do Amapá. Somos a ChaPagu, seus colegas, no início de um mandato que, sabemos, nos exigirá conhecimento, paciência e esforço para construirmos um curso forte e um espaço acadêmico em que reine o fomento ao acolhimento, ao debate, à cultura, às produções científicas, enfim, que reine o fomento à balbúrdia das linguagens bêbadas de saberes sob o efeito de um bom vinho.
As bandeiras surgiram em tempos de guerra, eram usadas para sinalizar o exército amigo ou inimigo. Com o passar do tempo, começaram a representar, além disso, nações e ideias. Com isso, queremos dizer que a ChaPagu é uma bandeira que reúne muitas vozes, é feita de ideias que imploram para ser ações concretas. Isso nos empurrou até aqui. Queremos, a partir de agora, convocar o apoio de vocês para nos ajudar com projetos e outras atividades, tais como o terceiro encontro Amapaense de Letras, o II SECAL, oficinas de redação à comunidade, rodas de conversa temáticas e politizadas, confraternizações e muitos momentos de poesia.
Nós sabemos, a conjuntura política de nosso país tem nos agoniado e nos deixado com medo quando levantamos o olhar para o futuro, pois as Universidades estão sendo atacadas, o Ministério da Educação está desnorteado, isso é o retrato do atual (des)governo. Não há dúvida, a ameaça à Educação Pública e à autonomia das Universidades nos impõe uma tarefa histórica em sua defesa. Não há tempo de vacilação. Paulo Freire dizia que “se a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda”. Sabemos, só a Educação Pública pode mudar o destino que um país de perversa desigualdade social como o Brasil reserva aos filhos dos pobres. Se você entrou na Unifap sendo pobre e sente na pele a árdua missão de permanecer aqui, você tem uma responsabilidade social de ajudar a preparar os estudantes da periferia de Macapá para conseguir Educação Pública e de qualidade também!
O Centro Acadêmico de Letras é uma entidade histórica e, na função de representação máxima dos estudantes, trabalhará também, nesta gestão, para convergir ações conjuntamente com o movimento estudantil, em pautas que nos unificam. O nosso envolvimento na política é fundamental para exercermos ativamente nossa cidadania. São muitas as tarefas porque são muitos os problemas, como os resultantes da falta de professores, por exemplo. Por isso, precisamos nos manter armados de informação a fim de acompanhar ativamente as dificuldades que prejudicam nossas almas e a nossa formação para dar respostas atenuantes, para isso, faremos um mural do Cal, com rodízio de informação a cada mês, além disso, deixaremos aberta a sala do Cal durante os três turnos para comportar as pessoas que couberem. O espaço, de fato, é limitado, mas não é desculpa para mantê-lo fechado. No mais, avante Juventude! Sabemos que a luta por Educação é legítima, não somos idiotas úteis e estamos sendo motivados por nossas consciências, idiotice útil é bater continência à bandeira Estadunidense! Ninguém solta a mão de ninguém!
Salve Macapá, terra do Batuque e do Marabaixo, 10/06/2019
